Cor
Para mim não faz sentido falar de cor sem relembrar ou referir a Índia. Simplesmente é uma ideia que não me cabe na cabeça. Que outro país nos faz lembrar de cor, de movimento, de grandes contrastes presentes no dia a dia? Exatamente; nenhum. Nenhum a não ser a Índia. Aquele recanto onde tudo o que se vê é colorido - para não dizer extremamente colorido.
As cores inspiram, estimulam, fascinam, tranquilizam, criam sensações em nós próprios que mal conseguimos explicar. Trazem-nos emoções, lembranças, sentimentos, todo um leque de sentimentos à flor da pele. Deste modo, a cultura indiana acredita que as cores controlam aspetos físicos e espirituais da vida de nós todos, tendo também um grande peso sobre as vivências do quotidiano: a cor das roupas que vestimos, dos alimentos que compramos... a cor é, em grande parte das vezes, um grande influenciador de escolhas. Para
além da sua importância a nível emocional/psicológico, as cores tem
também por objetivo simbolizar e identificar (equipas, partidos políticos, sinais
de trânsito, etc).
Mas afinal, o que é propriamente a cor? Cor, na sua definição mais científica, é a impressão que a luz refletida pelos corpos (sem cor) produz no olho. A luz é o estímulo e a cor é o efeito. Se a luz não existisse não existiriam cores.
Leonardo Da Vinci, nas suas pesquisas e formulações, foi o primeiro a afirmar que a cor era uma propriedade da luz e não dos objetos. Mais tarde, Newton, nas suas experiências, estudou a influência da luz solar na formação de cores. Este físico estudou essencialmente a decomposição da luz do sol em várias cores quando atravessa um prisma, denominando esse conjunto de tonalidade de espectro.
A cor é, assim, assimilada pelo ser humano através do sentido da visão. Dos cinco sentidos, este é o que mais rapidamente conduz a informação até ao cérebro. Aliás, psicólogos demonstraram mesmo que todas as pessoas são influenciadas pela cor a nível de humor, temperamento, imaginação e sentimentos.
Estamos, portanto, no ramo da Psicologia da Cor. Como seres humanos que somos, relacionamos a cor com determinados factos memorizados. Claro que isto varia de realidade cultural para realidade cultural, de região para região... Contudo, não é correto dizer que todos os indivíduos entendem as cores de modo diferente, estes apenas dão significados subtilmente diferentes a estas de acordo com o seu background psicológico e cultural.
Assim, na sua generalidade, podemos associar sensações às seguintes cores:
Branco: + pureza, paz, harmonia, simplicidade, limpeza \ - fragilidade, solidão;
Preto: + poder, elegância, formalidade, sofisticação, solidez \ - morte, medo, tristeza, luto, raiva;
Cinzento: + subtileza, respeito, reverência, humildade, elegância \ - passado, velhice, desânimo, indeterminação, desconsolo;
Amarelo: + concentração, curiosidade, otimismo, sabedoria, alegria, intelecto \ - arrogância, egoísmo, inveja, ódio, ciúme;
Vermelho: + amor, força, entusiasmo, vitalidade, desejo, paixão, sexualidade, energia \ - raiva, perigo, agressividade, guerra, sangue;
Laranja: equilíbrio, alegria, energia, criatividade, entusiamo, generosidade, sensitividade \ - crassidão, barulho, tendencioso;
Rosa: + carinho, sofisticação, suavidade, acolhimento;
Verde: + esperança, natureza, calma, fertilidade, purificação, equilíbrio, serenidade \ - ciúmes, ganância, inveja, náusea, veneno;
Azul: + harmonia, liberdade, paciência, purificação, serenidade \ - frieza, depressão, desapego, apatia;
Roxo/púrpura: + luxúria, idealismo, riqueza, desejo, poder \ - exagero, excesso, loucura, crueldade;
Castanho: + solidez, rusticidade, segurança, calma, estabilidade.
Após isto, ainda há que ter em conta outras definições/conceitos que poderão revelar ser uma mais valia para quando falamos de cor. Refiro-me a três qualidades que nos permitem distinguir uma car de outra:
Tom: nome genérico da cor.
Valor: variações de um tom entre o claro e o escuro. O valor altera-se quando se adiciona preto ou branco ao tom.
Saturação/intensidade: variação do tom de acordo com a luminosidade impregnada.
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